quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Aleatório (?)

Busquei a caneta como se fosse vida
A resposta perdida
Do que eu sequer perguntei.

Procurei numa folha
A irrevogável escolha
Do que eu sequer sonhei.

Me fiz em letras.
(Fiz?
Farei?
Não sei.)

Faria.
Não fosse teus olhos,
Orbes divinos,
Luz do dia,
Perfeita alegria
Enquanto eu morria.
(uma vez mais)

(Como pôdes ser tão leviano
Quando eu te dei o que me restava de humano?
As lágrimas que eu nem sabia que tinha,
Mais que corpo, a alma minha)

Na caneta não há tinta.
É apenas sonho,
Doce quimera,
Ilusão de afagos,
Que ficarão no papel.

Teu amor? Quisera!
Acabou, entretanto,
Não há pranto,
Foi tanto...

E embora ainda
Ao deitar te sinta,
A paixão tão linda
Em poesia finda.