quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Aleatório (?)

Busquei a caneta como se fosse vida
A resposta perdida
Do que eu sequer perguntei.

Procurei numa folha
A irrevogável escolha
Do que eu sequer sonhei.

Me fiz em letras.
(Fiz?
Farei?
Não sei.)

Faria.
Não fosse teus olhos,
Orbes divinos,
Luz do dia,
Perfeita alegria
Enquanto eu morria.
(uma vez mais)

(Como pôdes ser tão leviano
Quando eu te dei o que me restava de humano?
As lágrimas que eu nem sabia que tinha,
Mais que corpo, a alma minha)

Na caneta não há tinta.
É apenas sonho,
Doce quimera,
Ilusão de afagos,
Que ficarão no papel.

Teu amor? Quisera!
Acabou, entretanto,
Não há pranto,
Foi tanto...

E embora ainda
Ao deitar te sinta,
A paixão tão linda
Em poesia finda.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Que venha a morte no seu negro manto,
Que em seu árduo abraço me leve,
Que me sossegue na eternidade do seu canto,
Que já tarde finde essa vida breve.

Que onde habita meu tudo, haja nada
Que a minha consciência suma num repente
Que minha frágil alma seja rasgada
Que eu assista ao caos contente.

Prefiro a insanidade plena, tortura que não se suporta
A solidão dos becos, os lares de ninguém,
A alma letalmente ferida e o corpo também.

Que disso que vive, já seja matéria morta
Mas que eu nunca me contente com a vida vã,
Que eu nunca sorria numa felicidade sã.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

IV

Silêncio, é madrugada!
Além das paredes frias
As mães ninam suas crias;
Mais uma noite velada.

Silêncio! Os justos estão deitados.
Nos seus leitos sagrados
E os culpados, ainda acordados
Remoem seus erros, preocupados.

Além do além
Existe alguém
Que brinca de ninguém.

A noite é pra todos: Logo raia o dia
Menos pr'aquele
Que brinca de poesia.

III

Estou cheia de começos:
Uma aventura, um pranto
Ou histórias dum amor clichê
(todos os amores são os mesmos).

Não sei onde isso vai me levar:
Ora escrevo, ora choro, ora canto
Mas em tudo que me cerca há você.
(seria isso o que chamam de amar?)

Das coisas da vida, já sei que não sei,
Mas a vida é pra ser sabida ou vivida?
(Um dia, será que descobrirei?)

Ultimamente, só falo, falo e não digo nada
Mas é tarde e meus pensamentos querem deitar
(e eu termino com jeito de poesia nem começada...)

Insone

II

É noite e sempre é
Inda que o sol surja no horizonte irreal
Inda que a chama arda na fogueira do quintal
Inda que tu me jures que não me quer mal.

Tudo é escuridão e sempre é.
Inda que meu peito se desmanche de amor
Inda que minh'alma acredite naquele calor
Inda que tu estejas comigo donde eu for.

Hoje o frio é mais intenso
Me afaga e me envolve no seio do seu abraço amigo
Lugar onde meu corpo fadigado constrói abrigo.

Hoje meu espírito é imenso
Mas ele não me conforta, nem tu me elevas.
Deito e durmo sabendo que sou só trevas.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Have Fun!

[descontraindo]


Sou sua, amo;
Sua porque (te) amo.
Vivo à mando
e (te) amando.


[/descontraindo]

sábado, 16 de maio de 2009

Eu não quis falar de amor;
Você sabe que eu não acredito nisso.
Também nem quis pensar na dor;
Você sabe: era pra ser sem compromisso.
E eu nem devia estar escrevendo agora
(palavra escrita é o lar da melancolia).
Você fala, repete, diz que me adora.
Me beija, me abraça, me enche de alegria...
(Eu sei que não devia me envolver
Mas não sei mais ser como era no início.)
Eu tento te entender, mas eu também não sei o que quero
Me perco nos meus próprios pensamentos
E tento viver enquanto te espero.
Não quero pensar em relacionamento:
Me doar,
Esperar,
Desejar,
Mas com você tudo parece tão normal...
(Ah, não era pra ser assim!)
Ta tudo do avesso
Me perco no fim
Me acabo no começo.
As janelas agora estão abertas outra vez;
Eu já tinha esquecido do calor do sol
Depois do frio imenso que fez.
A luz que me toca é quase agressiva:
Acaricia minha pele, alcança minha alma
queima, fere, dilascera e inflama.
A caneta risca o papel de forma compulsiva,
O corpo quer descansar, mas a mente não cede
Teimo em traduzir em letras o que a alma clama
Sem saber que é tudo simples:
É pela sua essência que a minha chama.
Não quis pensar em rimas ou floreios;
A letra é urgente, quase nem eu mesma entendo.
Não escrevi pra encantar casais apaixonados
Ou pra te justificar uma coisa qualquer.
Escrevo porque o coração ta aqui se espremendo
E parece que não vai aguentar tudo sozinho
Mas não, meu menino, não era pra ser assim.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Em um momento rebelde II

Cala-te para não sofrer
Ao ver que teu grito é mero sussurro
Numa multidão de estátuas.
Derrama teu sangue
Para que esse líquido sujo
Não agite seu corpo
Numa multidão de estátuas.
Cerra teus punhos
Para que a mão que trabalha
Não empunhe uma espada
Contra uma multidão de estátuas.
Destrói a tua alma
Para que seus ímpetos rebeldes
Não queiram achar o amor
Numa multidão de estátuas.
Almeja o vil, denigre teu eu
Transforma-te em pedra.
-Estátua não busca os céus
Tampouco sangra na queda.

terça-feira, 21 de abril de 2009

"Ouça, meu menino, a história que eu vou te contar.
Aí vem o motivo pelo qual Sol e Lua não podem se encontrar."



Ela ilumina a noite dos apaixonados;
Ele guia o dia dos agitados.
São opostos e iguais,
Paradoxos existenciais.

Equivalentes um do outro
A mesma coisa de um todo.
Não vês?!
Ambos habitam e reinam os céus
(Um mundo longe do alcance mortal)
Vivem dentre as estrelas,
universos e ideais que os humanos jamais imaginarão
Verdades que os normais nunca alcançarão.
-Lua e sol compartilham a mesma visão
O mesmo pulsar de coração, -
Porque um não é nada mais do que o outro.

Tão iguais e ao mesmo tempo
Opostos totais e extremos.

Ele é como um deus de si mesmo.
não lhe basta brilhar:
Tem que reinar,
Controlar.

Ela é bela, mas irradia contida
Preza por sua liberdade,
E seu jeito de viver a vida
Sem querer ser percebida.
(Nunca pertencerá a ninguém...)

Certo dia, os dois indignados
Por viverem tão distantes
Driblaram as ordens universais
E apenas por poucos instantes
Tocaram-se e amaram-se.
E nisso a maldição começara.

Foram selados: O destino ordenara
Que dia e noite jamais se encontrassem
E os dois aceitaram sua sorte
Porque sabiam que jamais seriam felizes
Enquanto fossem tão diferentes.

E mesmo que seus desejos sejam proibidos
Que ainda existam diferenças gritantes
A paixão ainda é pulsante
E as semelhanças são deveras relevantes.

Por isso se souberes de alguém
Que tenha visto um eclipse, sorria!
Esse é o momento onde a noite o dia
Permitem que o Sol e a Lua atendem aos seus desejos
E amem-se uma vez mais
Com medo de que isso não volte a acontecer jamais.

Amor e medo.

De um amigo ( para guardar pra eternidade.)

Menina interessante

Interessante por natureza
sabe se comunicar.
Pode ter o mundo em sua volta
pode fazer muitos te amar
simples, humilde e determinada também
difícil de lidar
mais também com um grande coração não é a menina durona
que quer se mostrar.
Linda e inteligente com um abraço quente e um beijo convidativo
Menina além de interessante sabe conquistar
Diferente de muitos e reconhecida verdadeiramente por poucos
em busca do amor de alguem que talvez nem exista
em busca da verdade do valor da sinceridade e do calor.
Tola menina?
Não ,
apenas sonha como na época de sua ingenuidade
quando acreditava em príncipes encantados e no amor
serio e honrável .
Ela tem o direito
ela merece encontrar
a felicidade é apenas conseqüência para quem acreditar

terça-feira, 17 de março de 2009

Outro dia se foi sem que eu pudesse sê-lo de fato;
Tudo bem, esse não é o primeiro.
Amanhã outro vai vir e nesse meio tempo eu durmo.
Enquanto durmo não sou.
Mas se estou acordada, não sou também.
Adianta vivê-los?
Sei que existem as esperanças e os desejos:
Aprendi a conviver com eles,
Mas acho que os tornei banais.
Quero tanto! Quero o mundo!
Quero o meu mundo.
Mas com que tijolos devo construí-lo?
(Inércia...)
Meu mundo habita o campo das idéias,
Junto com meus desejos,
Meus sonhos.
O campo das idéias é misterioso
E eu começo a decifrá-lo.
Eis minha primeira descoberta:
As raízes do que se planta lá ficam no ar.
Quanto mais se planta as coisas ali,
Quanto mais se cava e depois se cobre com terra pra que se firme
Mais elas voam
E vão rumo às estrelas: ao inalcançável.
Quanto mais você acredita que elas estão fixas ali
Mais elas se distanciam
Até deixar de ser.
Então não existe nada.
Nem no belo campo das idéias, nem nesse mundo de cores mortas.
Até quando?

sábado, 7 de março de 2009

BBB, Welcome to Trashland.

Não falo sobre TV e não assisto TV. Sou assim mesmo, chata e metida a besta sabichona, fazer o quê?
Já dizem por aí que toda regra tem uma excessão; Não sou dada a regras e, portanto, nem à excessões. Quero as coisas do meu jeito (o mundo todo, se possível) e o meu jeito hoje é assim, jeito de quem teve um pensamento aleatório que quer morar aqui.

Certas coisas simplesmente me deixam indignada, fula da vida e a ponto de cuspir fogo. Falta de coerência é uma delas. Eu sei que eu devia fechar os olhos, porque se o mundo é mesmo como vejo, TENHO que acreditar num mundo do meu jeito, mas dessa vez não deu. Simples assim.
BBB? Prova de resistência física, desafios numa casa com piscina, academia, banheiras, tudo bancado pela Globo e o Brasil todo parando pra ver isso? Ah, Faça-me um favor!
Coloque as siliconadas e os bombados pra passar uma semana inteira nas ruas, nesse calor abençoado do nosso país tropical, juntando latinhas pra comprar o que comer e aí sim vocês terão um verdadeiro show de realidade.

Tenho dito.
Eu caí e você viu.
E viu que doeu;
E que ainda sangrava;
E que a dor não passava.
Mas o que você não viu
É que o fardo era meu
Mas você me ajudava;
-Também carregava-
E eu levantava.

E eu reaprendi a andar
E a trilhar novos caminhos
Para os velhos lugares
Onde a felicidade
Ainda esperava por mim.
O que eu não percebi
É que na minha jornada
Você me apoiava;
E era o porto seguro
Onde eu ancorava.

Mas hoje eu vi.
Vi que a lua brilhava;
Que a noite reinava;
Que o calor emanava,
Mas algo estava terrivelmente errado!
Eu me perdia no escuro
E só me encontrava
Naquele sorriso
Que me abraçava.
-O sorriso era seu.

Hoje eu não achei
A luz dos seus olhos,
E a força da sua voz
E a lucidez do seu sorriso.
-Deus, dessa vez, quem sangrava era você!-
Eu não pude te reconhecer
E, assim, sem querer
Eu consegui me perder
Por que sem te ver
Nem sei se posso ser...

sábado, 24 de janeiro de 2009

Abre os olhos e compreende
Que o que deveras sente
Já nao lhe pertence
Somente.

Cria com suas tintas mais belas
Seus grafites e aquarelas
A forma mais singela
- vive dela.

Busca dedicar-te a sua arte
Desenha sua felicidade
Lá donde não me cabe
- mata-me.

Roga sobre a vida suas pragas
Mesmo que ela não lhe satisfaça
Verdade, o dia passa
- e te aguarda.

Liberta seu olhar pra outros cantos
Que foram ofuscados pelo manto
Da sua alma em prantos
- há tanto!

Lembra-te das palavras ditas
De carinho embebidas
Há muito proferidas.
- Por que esquecidas?

Vê que amor é mais que corpo
São duas almas num todo
Sentimento louco
- Lhe é pouco?

Abre seu sorriso mais sincero
Faz do meu mundo mais belo
Vê quanto te quero
- E espero.

(para sempre...)

Em um momento rebelde.

I

Eu vou me dobrar
Até me tornar
Uma massa diminuta
Que você possa usar
Pilhar
E maltratar.

Vou bendizer seu nome
Nas esquinas onde os meus
Caem mortos de fome.

Preencher meu corpo
Com os árduos adornos
Que me fizeste comprar
E pagar
Ao derramar meu sangue.

Vou cantar a nova liberdade
Que as suas correntes me dão;
Agradecer as felicidades
nos canais da TV,
no pão que me deste
– e basta – pra sobreviver

Vou louvar os deuses
Que você me ensinou a amar
A respeitar
E obedecer
Sem ver
Só crer.

E quem sabe assim,
Quando minha alma faminta
Desistir desse corpo lustroso,
Eu possa me tornar
A peça perfeita;
O peão honorável
Daquele jogo de enganos,
De tantos mortos,
Tantos tiranos,
De sonhos perdidos,
Futuros rasgados
E corpos dilascerados.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Poema para uma menina-mulher

O som agudo
Cortou o vento
- Tudo é silêncio.

O tapa que atinge a face
Rasga a alma
E não há cura.

A vontade louca
De uma juventude arredia
Já não existe mais

A rebeldia de outrora
Foi aniquilada
Pelos laços matrimoniais.

As ordens que veemente negava
As regras que tanto contestava
Hoje são normais.

A pequena menina
Que guardava em si
O desejo de pertencer ao mundo
Hoje repousa sob um teto
Que nem sequer lhe pertence
Enquanto repreende uma lágrima solitária

Seu canto livre
Tornou-se um soluço
Que vaga perdido na madrugada gélida
Ao passo que um corpo satisfeito
De ter-se fartado no seu
Dorme sem preocupações ao seu lado

Seus anseios e sonhos
Perderam-se no vento
- tornou-se cativa a alma -
Qual pássaro selvagem
Que por suas belas cores e canto
Morre atrás das grades de uma gaiola

A posse sobre seus atos
Que tanto almejara
Está nas mãos de outrem.
Como, meu Deus,
Pode um ser humano achar
Que é dono da vida de alguém?
E que direito tem de roubar
A liberdade
que custara tanto ganhar?