quarta-feira, 20 de maio de 2009

IV

Silêncio, é madrugada!
Além das paredes frias
As mães ninam suas crias;
Mais uma noite velada.

Silêncio! Os justos estão deitados.
Nos seus leitos sagrados
E os culpados, ainda acordados
Remoem seus erros, preocupados.

Além do além
Existe alguém
Que brinca de ninguém.

A noite é pra todos: Logo raia o dia
Menos pr'aquele
Que brinca de poesia.

III

Estou cheia de começos:
Uma aventura, um pranto
Ou histórias dum amor clichê
(todos os amores são os mesmos).

Não sei onde isso vai me levar:
Ora escrevo, ora choro, ora canto
Mas em tudo que me cerca há você.
(seria isso o que chamam de amar?)

Das coisas da vida, já sei que não sei,
Mas a vida é pra ser sabida ou vivida?
(Um dia, será que descobrirei?)

Ultimamente, só falo, falo e não digo nada
Mas é tarde e meus pensamentos querem deitar
(e eu termino com jeito de poesia nem começada...)

Insone

II

É noite e sempre é
Inda que o sol surja no horizonte irreal
Inda que a chama arda na fogueira do quintal
Inda que tu me jures que não me quer mal.

Tudo é escuridão e sempre é.
Inda que meu peito se desmanche de amor
Inda que minh'alma acredite naquele calor
Inda que tu estejas comigo donde eu for.

Hoje o frio é mais intenso
Me afaga e me envolve no seio do seu abraço amigo
Lugar onde meu corpo fadigado constrói abrigo.

Hoje meu espírito é imenso
Mas ele não me conforta, nem tu me elevas.
Deito e durmo sabendo que sou só trevas.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Have Fun!

[descontraindo]


Sou sua, amo;
Sua porque (te) amo.
Vivo à mando
e (te) amando.


[/descontraindo]

sábado, 16 de maio de 2009

Eu não quis falar de amor;
Você sabe que eu não acredito nisso.
Também nem quis pensar na dor;
Você sabe: era pra ser sem compromisso.
E eu nem devia estar escrevendo agora
(palavra escrita é o lar da melancolia).
Você fala, repete, diz que me adora.
Me beija, me abraça, me enche de alegria...
(Eu sei que não devia me envolver
Mas não sei mais ser como era no início.)
Eu tento te entender, mas eu também não sei o que quero
Me perco nos meus próprios pensamentos
E tento viver enquanto te espero.
Não quero pensar em relacionamento:
Me doar,
Esperar,
Desejar,
Mas com você tudo parece tão normal...
(Ah, não era pra ser assim!)
Ta tudo do avesso
Me perco no fim
Me acabo no começo.
As janelas agora estão abertas outra vez;
Eu já tinha esquecido do calor do sol
Depois do frio imenso que fez.
A luz que me toca é quase agressiva:
Acaricia minha pele, alcança minha alma
queima, fere, dilascera e inflama.
A caneta risca o papel de forma compulsiva,
O corpo quer descansar, mas a mente não cede
Teimo em traduzir em letras o que a alma clama
Sem saber que é tudo simples:
É pela sua essência que a minha chama.
Não quis pensar em rimas ou floreios;
A letra é urgente, quase nem eu mesma entendo.
Não escrevi pra encantar casais apaixonados
Ou pra te justificar uma coisa qualquer.
Escrevo porque o coração ta aqui se espremendo
E parece que não vai aguentar tudo sozinho
Mas não, meu menino, não era pra ser assim.